"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue..."

Santa Teresinha do Menino Jesus

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Michele parabéns pra voce !

A Virgem Maria e S. Teresa, mestras de oração




Pertencemos a uma família religiosa que se consagra ao amor e ao culto da Virgem Maria que caminha para a plenitude sob o influxo vital de uma comunhão íntima com a Mãe de Deus. Esta comunhão penetra a vida comum e marca com um selo mariano o espírito de oração e contemplação, e o apostolado em todas as vertentes. Maria é o modelo preferido da ordem na meditação da palavra e na doação por amor.
A presença de Maria vivifica a nossa espiritualidade e da força ao nosso apostolado. Esforçando-nos por conhecer cada dia mais a Virgem Maria para comunicarmos aos irmãos a autentica piedade mariana, apresentando a virgem como modelo e mestra de comunhão com Cristo e com a igreja. Celebramos e promovemos o culto litúrgico a mãe de Deus. Este culto nos incita a frequentar os exercícios devocionais em honra da Vinguem Maria.

Na organização da nossa vida litúrgica a ordem deve pôr em relevo a sua índole mariana. Os dias dedicados à Virgem Maria devem celebrar-se dignamente. A celebração de Nossa Senhora do Carmo deve considerar-se como a principal entre as solenidades da ordem. Nos sábados em que é permitido, faça-se a memória de nossa Senhora na missa e na liturgia das horas.

Para fomentar e manifestar uma profunda piedade mariana, procuramos honrar Nossa Senhora com os exercícios piedade recomendadas pela Igreja. Cada comunidade fará um acto mariano diário. Veneremos S. José como humilde servidor de Cristo e de sua Mãe e providencial protector da nossa ordem. Os Irmãos Descalços da Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria de Monte Carmelo, fazem parte duma família religiosa que, inserida no povo de Deus e enriquecida com um carisma próprio, cumpre uma missão peculiar no corpo místico de Cristo.

Somos uma expressão renovada da antiga Ordem, com um afã de renovação permanente, tendo como modelo a vida dos nossos antecessores. Os carmelitas devem o seu nome ao Monte Carmelo onde, segundo a tradição, o profeta Elias se instalou. A sua história no ocidente começa verdadeiramente no século XIII, quando os religiosos foram expulsos da Terra Santa. E até ao século XV ocupavam um lugar à parte entre os dominicanos pregadores e os Cartuxos, isto é, divididos entre Marta e Maria, entre a contemplação e a acção. Difícil equilíbrio, interrompido por uma série de degradações e abusos e por conseguinte de conflitos.
Com o mudar dos tempos, compreendeu-se que a regra primitiva dos eremitas do Monte Carmelo era inadequada. Na impossibilidade de se reformar os monges, fez-se uma mitigação da regra, a qual foi pedida ao Papa, que a concedeu em 1432. E Já em pleno século XVI, Teresa de Jesus fala-nos de Deus como um amigo e da oração como uma relação de amizade: estarmos em intimidade com um Amigo que nos ama, a quem podemos contar tudo e a quem devemos escutar com o coração. E como este ano rezamos com o livro das Fundações, vemos que Teresa não se limitou simplesmente a ordenar um conjunto de dados objectivos. História, pedagogia, mistagogia, oração interligam-se harmoniosamente para nos transmitir, com o amor, a calidez e a frescura da recordação, a vida nascente dos seus Carmelos onde Maria e José Estiveram sempre presentes. Acontecimento, lugares e nomes dão ao relato realismo histórico. Mas Teresa também aconselha, reza, previne, pondera virtudes e situações, louva a Deus, testemunha a sua grandeza e misericórdia numas pobres mulherezinhas sem recursos mas comprometidas ‘sem meias tintas’ com o mundo e a Igreja.

Que possamos testemunhar e repetir com as mesmas palavras de Teresa de Jesus: no que recebemos dos ‘nossos santos padres passados’, naquilo que somos e no que hoje fazemos. E como S. Lucas nos diz em (2,18-19). Que «todos os que tinham escutado as coisas faladas pelos pastores ficaram maravilhados, mas Maria meditava todas estas Palavras que aconteceram no seu coração».