"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue..."

Santa Teresinha do Menino Jesus

domingo, 21 de outubro de 2012

GUIA DE LEITURA DO CASTELO INTERIOR OU MORADAS DE SANTA TERESA




Ordem para  escrever
         O livro das Moradas ou Castelo Interior de Santa Teresa é considerado normalmente como o melhor dela. Este livro mais que história, tem biografia, mais ainda, autobiografia. Em seu diálogo com Gracian, falando do livro da Vida, este falou à santa: “Faça memória daquilo que lembrar e de outras coisas e escreva outro livro, e diga doutrina em comum, sem nomear a pessoa que tenha experimentado”.
Esse outro livro foi o Castelo Interior. A própria autora contenta com sua obra, gosta mais desta que da outra: a Moradas sobre a Vida e em termos de joalheria, mesmo sendo para ela Vida uma joia, é mais precioso e com mais delicadas pedras preciosas o segundo (Castelo Interior), ou, como ela mesma nos diz: “A meu parecer é melhor o que escrevi depois, apesar de dizer Frei Domingos Bañez   que não é tão bom; pelo menos tinha mais experiência que quando o escrevi”.
         A ordem de escrever As Moradas veio de três lugares, do Pe. Gracian, do Doutor Velazque, e do “Vidreiro” maior: Jesus, que por outro lado era seu livro Vivo”.
As condições de saúde que estava passando a Madre eram muito penosas “com ruído e fraqueza tão grande (de cabeça) que ainda os negócios escrevo com pena”. A situação da Ordem era de perigo e Teresa estava confinada em Toledo, como uma prisão. Mas a fortaleza desta mulher faz que tenha equilíbrio para poder escrever coisas grandes. E aquela que levou  tantas fundações sem saúde e no meio de tantas contradições, vai agora construir este seu castelo com a mesma força de vontade.

Tempo de escritura, autógrafo e destinatárias

         A hora da primeira pedra e da última é ela mesma quem nos fala: “E assim começo a cumprir ( a obediência que encomendaram) hoje, dia da Santíssima Trindade ano de 1577 neste mosteiro de São José do Carmo em Toledo onde me encontro”. Isto no prólogo. Na conclusão do livro: “Acabou-se de escrever no mosteiro de São José de Ávila, ano de 1577, véspera de Santo Andre (29 de novembro), para a glória de Deus que vive e reina por sempre jamais, amém” (7M,conclusão 5)  
         Total de seis meses menos dois dias, desde que começou a escrever até o final. Um par de vezes, ao menos, fala de interrupção na escritura, “porque os negócios e a saúde me obrigam a parar” (4M 2,1) e em outro lugar dirá: “passaram quase cinco meses desde que comecei até agora, e, como a cabeça não está boa para torná-lo a ler, todo deve ir desbaratado, e por ventura falei algumas coisas duas vezes” (5M 4,1). Volta sobre o manuscrito e termina a obra em 29 de novembro.
         E uma vez concluído o livro, dá “por bem empregado o trabalho, apesar de que confesso que não foi muito”. O autógrafo das Moradas se encontra no mosteiro das carmelitas descalças de Sevilla desde outubro de 1618. Em 1622 foi levado em procissão pelas ruas de Sevilla por ocasião das festas pela canonização da autora. E a última e mais prolongada saída do manuscrito foi até Roma em 1961, onde foi restaurado pelo “Instituto Ristauro Scientifico do livro” do Vaticano e o “Instituto di Patologia do livro” de Itália. Voltou a Sevilla em 1962 e ali se conserva no convento das descalças, em um relicário bonito: as muralhas de Ávila, que se converteram em castelo para encerrar e custodiar o autógrafo do Castelo Interior. Idéia do Geral da Ordem naquela época Padre Anastásio Ballestrero.
         As destinatárias primeiras são suas monjas, como disse na “dedicatória”: “JHS. Este tratado, chamado Castelo Interior, escreveu Teresa de Jesus, monja de nossa Senhora do Carmo, a suas irmãs e filhas as monjas carmelitas descalças”.
         Destinatário da obra é também todo fiel cristão, candidato à santidade desde seu batismo.

Visita ao Castelo

         É a autora que nos vai guiando desde uma de suas confissões primeiras. Está com a pena na mão vendo como poderá começar a escrever e “se me ofereceu o que agora vou dizer para começar com algum fundamento, que é; considerar nossa alma como um castelo de um diamante ou claro cristal onde existem muitos aposentos, assim como no céu há muitas moradas (Jô 14,2; que),se bem consideramos irmãs, não é outra coisa a alma do justo senão um paraíso onde disse que tem seus deleites.” ( Prov. 8,31) (1M 1,1)
         Desde esta perspectiva, sem nenhuma complicação, entendemos qual, aliás, quem é para ela o castelo interior: a pessoa humana, e vemos como está deixando-se iluminar por esses dois textos bíblicos, de João e de Provérbios.
         Para organizar a leitura, o estudo de obra tão importante como esta, para assaltar este Castelo (se me permitem usar a frase) tem se publicado já faz tempo “um grande trabalho no qual se analisam com lupa os núcleos básicos da simbologia Teresiana, os eixo temáticos de cada uma das moradas, o itinerário léxico da interiorização, o caminho à construção simbólica da interiorização mesma” (Montserrat Esquerdo Sorte).
         Este tipo de estudo e de leitura não é fácil para a maioria dos leitores do livras das Moradas. Porém temos ao alcance das mãos uns esquemas simples, mas fácil de compreender. Nesta elaboração entram elementos doutrinais básicos, nos quais se inter-relacionam os dois protagonistas: Deus e o homem. Deus que vive e atua, e se comunica dentro. O homem (a alma) como cenário e protagonista da aventura espiritual. E a oração, que é a ponte de comunicação entre Deus e a alma. Aqui surge a ideia, o conceito de “moradas”.
         Teresa divide a obra O Castelo em sete moradas, mas ela mesma avisa: “não considerem poucas peças senão um milhão” (2M 2,12), e mais claramente: “Mesmo se tratando só de sete moradas, em cada uma delas tem mais: em baixo e alto e a os lados” (7M conclusão três).
         Prescindindo da compreensão do castelo no qual se encontram e se veem e se pode visitar e recorrer os diversos aposentos, estâncias, quartos, moradas, temos que lembrar que a alma é a que tem em si mesma as diversas ou diferentes moradas, as leva consigo, é considerada como dividida em sete moradas, sem prejuízo de que essas sete se convertam em setenta vezes sete, isto é, em inumeráveis.
         Isto fica iluminado pelo que disse nas Fundações 14, 5: “Quanto menos tenhamos aqui, mais gozaremos naquela eternidade, onde são as moradas conforme o amor com que tenhamos imitado na vida de nosso bom Jesus”. Esse além já está presente no momento em que começa a escrever: “Onde há muitos aposentos, assim como no céu existem muitas moradas” (1m 1,1). Aqui sentimos o sussurro do passo evangélico, mesmo sem mencionar: “Na casa de meu Pai tem muitas moradas” (Jó 14,2).
         O percurso pelo Castelo se torna fácil e prazeroso da mão da autora. Lendo devagar o prólogo, se deixe levar o leitor pelos títulos dos 27 capítulos que tem o livro. A Santa tem uma habilidade singular para sintetizar nesses epígrafes o que quer dizer. Mais ainda, como parece seguro, que os títulos estão escritos depois de relatado o texto, é dupla a habilidade sintetiza Dora e clarificadora da autora.     
         Terminada a leitura dos 27 títulos, ponha atenção o leitor na Conclusão, especialmente nos nº 2 e 3, onde a Madre deposita uma vez mais critérios de vida e de leitura que foi semeando ao longo do livro.
         Outro método simples para ir fixando na mente a doutrina do Castelo Interior consiste em atender à sustância bíblica que a Santa move em cada uma das moradas. Falamos sustância bíblica integrada de textos, de tipos, de personagens, de motivos bíblicos.
          Podemos ver como exemplo nas Segundas Moradas, onde encontraremos:
1. -Textos: “Quem anda no perigo nele perece” (Si 3,26); “não sabemos o que pedimos” (MT 20,22); “sem sua ajudo não podemos fazer nada” (Jô 15,5); “a paz esteja convosco” (Jô 2, 19. 21)
2.-Tipos bíblicos: o filho pródigo, perdido e comendo manjar de porcos (Luc 15,16); e os soldados de Gedeon quando iam à batalha (Ju 7, 5-7)
3.-Textos e motivos ao mesmo tempo: “Nenhum irá ao Pai senão por mim” (Jo 14,6); “quem me vê a mim vê a meu Pai” (Jo 14,19).
         Este fio condutor é fácil de seguir e mui útil ao longo de todas as moradas. Não podemos esquecer tampouco algo que ela usa muito: o mundo de seus símiles, exemplos ou comparações, que em sua pedagogia faz com que se pareça a Mestre. Um dos exemplos completos é a comparação do Castelo: 1M 1,3. Este símile não é exclusivo ( não em seu espírito e na sua pena )das Moradas já tem usado no Caminho: CV, 28, 9-12; CE 48, 1-4; em Caminho não usa a palavra “castelo”, senão “palácio”, mas a sustância é a mesma. Outro exemplo de comparação, e talvez o melhor, o do verme de seda: (5M 2, 1-10).
          O tema por assim dizer, a realidade da oração, está presente em todo o Castelo como fio condutor. A presença da oração está bem claramente exposta já em 1M 1,7: “A quanto eu posso entender, a porta para entrar neste castelo é a oração e consideração, não digo mais mental ou vocal, que sendo oração há de ser com consideração; porque aquela que não adverte com quem fala ou pede e quem é quem pede e a quem isso não é oração, mesmo que mexa muito os lábios”.
         Esta afirmação não podemos perder de vista, tendo em conta a evolução que vamos seguindo: oração rudimentar, como primeiro ensaios; meditação, simples olhar, estar na presença de Deus; recolhimento infuso, quietude, gostos; oração de união, Deus no fundo da alma; formas extáticas, visões. Alocuções, êxtases, ferida de amor; ânsias de eternidade; contemplação perfeita. Da conjunção de todos esses elementos que vamos assinalando, bem usados, irá surgindo no leitor, além do gosto mental, a compreensão da doutrina Teresiana.
         Alguém da França escreveu faz tempo, porém não era por causa da doutrina Teresiana: “A oração é o primeiro de tudo. Não é o essencial: o essencial é a caridade, que resume em si mesma a perfeição, Deus mesmo. Mas a oração é o primeiro”.
         Por isso escreveu com toda a razão José Vicente Rodriguez: “Partindo da realidade da graça e do amor, que fazem que a alma seja agradável a Deus, que seja o paraíso onde ele se deleita (1M 1,1), as moradas vão se fazendo a partir do amor, viram a ser os diversos graus de amor da alma, já que “o aproveitamento da alma não está em pensar muito, senão em amar muito” (F 5,2), e também para “subir às moradas que desejamos, não está a coisa em pensar muito, senão em amar muito” (4M 1,7). Esse amor não exclui de outras atividades, outros exercícios, e assim teremos que a alma estabelecida em amor, se empregará, v. Gr., no próprio conhecimento e no exercício da humildade, e termos as primeiras moradas (1M 2,8-9). Dar se também diversificação segundo as diferentes Mercedes recebidas de Deus (1M 1,3). Isto vemos bem claro na leitura seguida desta obra Teresiana, sendo com algo típico e fundante, v. Gr., das quartas moradas, a oração de quietude; das quintas, a oração de união; das sextas, os esponsais espiritual e das sétimas, o matrimonio espiritual”.
         Para entender plenamente como a santa leva todo seu carregamento doutrinal, se aconselha ler com toda atenção o último capitulo de todo o livro: (7M c. 4). Aqui temos a impressão que a Madre quer chegar sobre os fundamentos mais sólidos da vida cristã: o amor fraterno e a configuração com Cristo. O Castelo Interior é, sem dúvida, um manual muito bom de santidade.
         Como ajudas e pontos de referencia no recorrido do Castelo é importante e útil gravar na memória alguns pontos nos quais a Madre condensa a doutrina que vai estendendo seus tentáculos ao longo de todo o livro. Vejamos uns exemplos: Grandeza, dignidade,, capacidade, formosura da alma humana: 1M 1. Presença total, natural, sobrenatural de Deus na alma: 5M 1,10. Consciência Teresiana da diversidade de almas: 1M 1,3;5M 3,4. Fabricar cada um sua morada em Deus: 5M 2, titulo e corpo do capitulo. Ser espirituais de verdade: 7M 4,8. Não ficar anões: 7M 4,9. Ser plenamente realistas: 7M 4,14. Não colocar taxa às obras de Deus: 6M 4,12.
         E como capitulo imprescindível sobre Cristo temos que ler 6M 7, onde o titulo diz o seguinte: “disse quão grande erro é não se exercitar, por muito espirituais que sejam, em trazer presente a Humanidade de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e sua sacratíssima Paixão e vida, e em sua gloriosa Mãe e santos. È de muito proveito”. É um capitulo paralelo com Vida 22.


Conclusão

         Em 6M 10,3 nos surpreende a Santa com a identidade e ao mesmo tempo com a diversidade que assinala neste passo: “Façamos agora conta de que é Deus como uma morada ou palácio grande e formoso, e que este palácio, como digo, é o mesmo Deus”. Tirando dessas palavras chegamos a aquilo de “sede castelos formosos como vosso Pai celestial O é”.
         O famoso catecismo holandês apresenta assim aos crentes de hoje esta obra Teresiana: “Santa Teresa escreveu um livro em que a alma está representada por um Castelo com sete moradas. Morada trás morada se chega à sétima na que habita Deus, isto é, Cristo. Sua presença se percebe em todo o Castelo, mas ao chegar a alma ao centro, imersa na própria realidade, se sente invadida ou pelo sereno sentimento de que Deus está nela. A alma vive dentro da realidade terrena, que se apresenta  magnífica diante de seus olhos, pois compreende que Deus é o coração inefável de toda realidade”.
         Na postulação para o doutorado da Santa se encontra como peça principal o Informe do advogado da causa. Para defender a altura da iminente doutrina da doutoranda se oferece um pequeno resumo das Moradas desta maneira:
         Esta “é a principal obra Teresiana, e mais, segundo alguns, de toda a mística cristã [...].O livro se divide em sete partes, ou por moradas, das quais cada uma tem vários capítulos, exceto as segundas que só tem um capitulo.
         As primeiras moradas (02 capítulos) são as almas que tem desejos de perfeição, mas estão ainda dentro das preocupações do mundo, das quais devem fugir e buscar a solidão.
         As segundas moradas (01 capítulo) são para as almas com grande determinação de viver em graça e que se dedicam à oração e alguma mortificação, ainda com muitas tentações por não deixar totalmente o mundo.
         As terceiras moradas (02 capítulos) são para as almas que exercitam a virtude e a oração, mas colocando um disfarçado amor de si mesmos. Precisam de humildade e obediência.
         As quartas moradas (03 capítulos) são já o começo das coisas “sobrenaturais”: a oração de quietude e um inicio da união. Os frutos não são ainda estáveis; as almas devem por isso tem que fugir do mundo e das ocasiões.
         As quintas moradas (04 capítulos) são já de plena vida mística, com a oração de união que é sobrenatural e a de Deus quando quer e como quer, apesar de que a alma pode se preparar. Os sinais verdadeiros de esta união é que seja total, que não falte a certeza da presença de Deus e que sucedam tribulações e dores em que provar o amor a Deus. Necessita se de muita fidelidade.
         As sextas moradas (11 capítulos). Logra se uma grande purificação interior da alma, e entre as graças que nela se dão, totalmente sobrenaturais, estão as alocuções, êxtases, etc., Grande zelo pela salvação das almas, que leva a desejar sua solidão. É necessária a contemplação da Humanidade de Cristo para chegar aos últimos graus da vida mística.
         As sétimas moradas (04 capítulos) são o cume da vida espiritual, na que se recebe a graça do matrimonio espiritual e uma intima comunicação com a Trindade, da qual brota espontaneamente uma grande paz na que vive a alma, sendo ativa e contemplativa ao mesmo tempo. “Uma contemplação que não é subjetiva, senão que transcende ao homem fazendo que se esqueça de si mesmo e assim entregar-se a Cristo e à Igreja”.
         Esta espécie de resumo autorizado é como a apresentação do castelo em seu conjunto; e é ao mesmo tempo um convite para ir verificando toda essa estrutura, não de uma maneira mental ou intelectual senão vivencialmente, isto é, desde a práxis e experiência cristã e tudo  isso levados da mão de Teresa de Jesus doutora da igreja.
Tradução : Frei Francisco Xavier Yudego Marin, ocd




  

sábado, 20 de outubro de 2012

Festa de Santa Teresa


Comunidade Santa Teresinha e o Bispo Dom Lanza Neto

"O amor jamais está ocioso"
5M,4-10


A festa de SANTA TERESA em Passos, foi celebrada pelo bispo DOM JOSÉ LANZA NETO. Festejando também os 60 anos de vida religiosa de Irmã Auxiliadora(bodas de Diamante), que foi Madre de nosso carmelo por varias vezes. A ela nossas orações, carinho e amizade.



Agradecemos e louvamos a Deus por todas as graças e por podermos participar como servos disponíveis da Igreja e do Carmelo.


Comunidade Santa Teresinha, OCDS - Passos-MG

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Michele parabéns pra voce !

A Virgem Maria e S. Teresa, mestras de oração




Pertencemos a uma família religiosa que se consagra ao amor e ao culto da Virgem Maria que caminha para a plenitude sob o influxo vital de uma comunhão íntima com a Mãe de Deus. Esta comunhão penetra a vida comum e marca com um selo mariano o espírito de oração e contemplação, e o apostolado em todas as vertentes. Maria é o modelo preferido da ordem na meditação da palavra e na doação por amor.
A presença de Maria vivifica a nossa espiritualidade e da força ao nosso apostolado. Esforçando-nos por conhecer cada dia mais a Virgem Maria para comunicarmos aos irmãos a autentica piedade mariana, apresentando a virgem como modelo e mestra de comunhão com Cristo e com a igreja. Celebramos e promovemos o culto litúrgico a mãe de Deus. Este culto nos incita a frequentar os exercícios devocionais em honra da Vinguem Maria.

Na organização da nossa vida litúrgica a ordem deve pôr em relevo a sua índole mariana. Os dias dedicados à Virgem Maria devem celebrar-se dignamente. A celebração de Nossa Senhora do Carmo deve considerar-se como a principal entre as solenidades da ordem. Nos sábados em que é permitido, faça-se a memória de nossa Senhora na missa e na liturgia das horas.

Para fomentar e manifestar uma profunda piedade mariana, procuramos honrar Nossa Senhora com os exercícios piedade recomendadas pela Igreja. Cada comunidade fará um acto mariano diário. Veneremos S. José como humilde servidor de Cristo e de sua Mãe e providencial protector da nossa ordem. Os Irmãos Descalços da Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria de Monte Carmelo, fazem parte duma família religiosa que, inserida no povo de Deus e enriquecida com um carisma próprio, cumpre uma missão peculiar no corpo místico de Cristo.

Somos uma expressão renovada da antiga Ordem, com um afã de renovação permanente, tendo como modelo a vida dos nossos antecessores. Os carmelitas devem o seu nome ao Monte Carmelo onde, segundo a tradição, o profeta Elias se instalou. A sua história no ocidente começa verdadeiramente no século XIII, quando os religiosos foram expulsos da Terra Santa. E até ao século XV ocupavam um lugar à parte entre os dominicanos pregadores e os Cartuxos, isto é, divididos entre Marta e Maria, entre a contemplação e a acção. Difícil equilíbrio, interrompido por uma série de degradações e abusos e por conseguinte de conflitos.
Com o mudar dos tempos, compreendeu-se que a regra primitiva dos eremitas do Monte Carmelo era inadequada. Na impossibilidade de se reformar os monges, fez-se uma mitigação da regra, a qual foi pedida ao Papa, que a concedeu em 1432. E Já em pleno século XVI, Teresa de Jesus fala-nos de Deus como um amigo e da oração como uma relação de amizade: estarmos em intimidade com um Amigo que nos ama, a quem podemos contar tudo e a quem devemos escutar com o coração. E como este ano rezamos com o livro das Fundações, vemos que Teresa não se limitou simplesmente a ordenar um conjunto de dados objectivos. História, pedagogia, mistagogia, oração interligam-se harmoniosamente para nos transmitir, com o amor, a calidez e a frescura da recordação, a vida nascente dos seus Carmelos onde Maria e José Estiveram sempre presentes. Acontecimento, lugares e nomes dão ao relato realismo histórico. Mas Teresa também aconselha, reza, previne, pondera virtudes e situações, louva a Deus, testemunha a sua grandeza e misericórdia numas pobres mulherezinhas sem recursos mas comprometidas ‘sem meias tintas’ com o mundo e a Igreja.

Que possamos testemunhar e repetir com as mesmas palavras de Teresa de Jesus: no que recebemos dos ‘nossos santos padres passados’, naquilo que somos e no que hoje fazemos. E como S. Lucas nos diz em (2,18-19). Que «todos os que tinham escutado as coisas faladas pelos pastores ficaram maravilhados, mas Maria meditava todas estas Palavras que aconteceram no seu coração».


sábado, 26 de maio de 2012

Silêncio e Palavra



Artigo de Espiritualidade de Dom Walmor Oliveira de Azevedo
BELO HORIZONTE, sexta-feira, 25 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir um artigo de espiritualidade enviado para os leitores de ZENIT, por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte.

***
Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O Papa Bento XVI intitulou assim a sua mensagem para o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado pela Igreja Católica no mundo inteiro, no domingo último, festa da Ascensão do Senhor. Esta temática, silêncio e palavra, caminho de evangelização, é oportunidade para ricas reflexões sobre aspectos importantes do processo humano de comunicação.
De determinante importância, em todos os níveis e instâncias, a comunicação e seus processos merecem sempre maior atenção, particularmente em se tratando de sua qualificação. Gera o diálogo, que é força motriz para a novidade pretendida em termos de solidariedade, de organização social e política, na vivência familiar e comunitária. A comunicação qualificada depende, adverte o Papa, da fecunda relação entre silêncio e palavra. São momentos que devem ser alternados e integrados para se conseguir um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Sem a integração entre silêncio e palavra corre-se sempre o risco de deteriorações, de confusão. O diálogo autêntico é indispensável para a paz.
É muito oportuno, como força educativa, ter presente que o silêncio é parte integrante da comunicação. O falar não precedido ou emoldurado pelo silêncio pode não produzir palavras com densidade e significação. Especialmente palavras que tenham o sentido de edificar, corrigir e devolver ao coração dos destinatários a esperança do viver. A sociedade contemporânea é muito barulhenta e desabituada ao silêncio que proporciona escuta mútua e conhecimento.
Muito importante é ter clareza acerca do que se quer dizer como também ouvir o outro. O Papa Bento XVI aponta que, ao nos calarmos, permitimos que a outra pessoa fale, exprima a si mesma, livrando-nos, por esta escuta, de ficarmos presos a nós mesmos, nas nossas palavras e ideias. Isto é um desastre em se considerando responsabilidades familiares, institucionais e cidadãs. Por falta do silêncio para escutar os outros, nascem os autoritarismos, fixação na própria compreensão, por vezes até medíocre e comprometedora no que se refere a conquistas e avanços indispensáveis.
Quem não se cala para escutar a Deus e aos outros se enrijece na mediocridade. O relacionamento humano mais pleno e qualificado depende da capacidade de escuta. Quem não se cala para ouvir não é capaz de gerar relacionamento verdadeiro e não tem força de produzir sentido sustentador da vida. Na sua mensagem, o Papa diz que “é no silêncio, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento”.
Em se considerando a abundância de informações e mensagens neste tempo, o silêncio torna-se essencial para que se possa discernir, entre tantas opções, solicitações e ofertas, o que é importante, necessário, prioritário, distinguindo o que é inútil e acessório. A falta de silêncio gera um exagero de palavreado. Perde-se a indispensável ponderação no compartilhamento de opiniões pertinentes. Por isso, há quem fale demais,  de tudo, e até mesmo do que não é da sua conta.
O Papa Bento XVI até diz que “é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de ecossistema, capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons. Quando se considera as redes sociais, a procura por respostas, conselhos, sugestões, informações, um verdadeiro bombardeio sobre as pessoas, o silêncio cria as condições necessárias para favorecer os discernimentos diante dos inúmeros estímulos para se chegar ao que é importante e decisivo para a própria vida. A mensagem do Papa Bento XVI assinala que, “no fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano sempre à procura de verdades, pequenas e grandes, que deem sentido e esperança à existência: Quem sou eu? O que posso saber? O que devo fazer? Que posso esperar?”.
 O silêncio proporciona a reflexão que pode permitir à pessoa uma descida ao fundo de si mesma e abrir-se ao caminho de resposta que Deus inscreveu no seu coração. O silêncio é possibilidade de escutar a Deus e falar com Ele. Há uma lição que vale ser aprendida e praticada. Educar-se em comunicação, diz o Papa Bento XVI, é aprender a escutar, a contemplar, para além de falar. É hora de qualificar a comunicação e o falar. É urgente, para isso, exercitar-se no silenciar para que a palavra dita seja capaz de gerar vida.

Lucelia, Feliz Aniversario!

nosso Carinho e Orações por voce e sua Família!



segunda-feira, 7 de maio de 2012

feliz aniversario Edna Piantino!

08 de maio!


A minha alma engrandece ao Senhor * e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador; 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

NOSSA COMUNIDADE PARTICIPOU DO ENCONTRO DE FORMADORES , CONSELHEIROS E PRESIDENTES OCDS, DA PROVÍNCIA SÃO JOSE-SUDESTE

Membros do nosso conselho foram a BH neste fim de semana de 28 de abril a 30 de maio, participar do encontro que foi preparado para os conselhos das comunidades da Provincia São José, ocds.

Estiveram la: Sandra Regina, Suzana , Soraya e Rose.

Nossa Comunidade agradece o empenho de voces em ajudarem nossa Comunidade a caminhar junto com a provincia!

momentos da oficina da Lectio Divina!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá


 

Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja
Caminho de Perfeição, cap. 33-34 (Obras completas, Edições Carmelo, 2000)

«Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá»

Vendo o bom Jesus a necessidade, buscou um meio admirável por onde nos  mostrou o máximo de amor que nos tem, e em Seu nome e no de Seus irmãos fez esta petição: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje» (Mt 6,11). [...] Era mister vermos o Seu [amor] para despertarmos, e isto não uma vez, mas cada dia; por isso Se deve ter determinado a ficar connosco. [...]Tenho reparado que só nesta petição duplica as palavras, porque diz primeiro e pede que Lhe deis este pão de cada dia, e torna a dizer: «dai-no-lo hoje, Senhor».
Põe-Se diante de Seu Pai, como a dizer-Lhe: já que uma vez no-Lo deu para que morresse por nós, já que é «nosso», não no-Lo torne a tirar, mas O deixe servir cada dia, até se acabar o mundo. [...] O Ele ser nosso cada dia é porque O possuímos aqui na terra e O possuiremos também no céu, se nos aproveitarmos bem da Sua companhia. [...] O dizer «hoje» me parece que é para um dia, isto é, enquanto durar o mundo, e não mais. E é bem verdade que é um só dia! [...] E assim Lhe diz Seu Filho que, pois não é mais que um dia, Lho deixe passar em servidão; e que Sua Majestade já no-Lo deu e enviou ao mundo só por Sua vontade, que Ele quer agora por Sua própria vontade não nos desamparar, mas ficar-Se aqui connosco para maior glória de Seus amigos e pena de Seus inimigos. Que agora novamente não pede mais que «hoje» ao dar-nos este Pão sacratíssimo; Sua Majestade no-Lo deu para sempre, como já disse, este mantimento e maná da humanidade, que O achamos
como queremos; e, a não ser por nossa culpa, não morreremos de fome, pois de todos os modos e maneiras que a alma quiser comer, achará no Santíssimo Sacramento sabor e consolação.


quarta-feira, 28 de março de 2012

REUNIÃO DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO LIVRO DAS FUNDAÇÕES



“Agora começamos; procurai ir começando sempre de maneira cada vez melhor”
(Fundações 29,32)





DINÂMICA INICIAL 

 

 A viagem. 
Objetivo: Definir as prioridades pessoais.
Objetivo: Definir as prioridades pessoais.
Material: MALA DE PAPEL( SIMBOLOGIA)

Descrição: O coordenador pede para que cada pessoa escreva   dentro de sua mala cinco sonhos pessoais de cada um. E começa a dizer: Lembrando que esse sonhos serão nossa bagagem de uma viagem muito especial, a viagem da nossa vida, iremos para outro país, numa longa jornada.

Com nossos sonhos em mãos e saindo de casa temos nossa primeira dificuldade, nem todos os nosso sonhos cabem no carro que vai nos levar, assim temos que abandonar um. Qual deles seria?

Seguindo viagem, nosso carro quebra e temos que seguir a pé, mas devido ao peso das nossas bagagens temos que deixar outra de lado, ficando somente com três. Qual sonho foi abandonado?

Em nossa caminhada nos deparamos com um cachorro que começa a corre atrás de nós para nos atacar, e para podermos escapar de uma mordida temos que deixar outro sonho, ficando com dois sonhos. Qual sonho ficou para trás?

Após um caminho tortuoso até a entrada no outro país, encontramos uma alfândega onde somos barrados e temos que seguir somente com uma mala, qual sonho deixamos?
 

Qual o nosso maior sonho que nunca abandonamos?

Para o plenário:

O carro cheio representa a nossa família e ou amigos que nos fazem desistir de alguns sonhos. O peso das malas representa o tempo no qual tentamos realizar esse sonho que pelo cansaço desistimos.
 

O cachorro tem conotação de perseguição, assim como Jesus disse que seus discípulos seriam perseguidos, isso é uma purificação e finalmente a alfândega que significa a nossa determinação em sermos discípulos missionários e assim vamos cumprir nossa MISSÃO a qual fomos destinados por DEUS.

PARTILHA:

O QUE ME RESTOU, QUE EU REALMENTE NÃO PUDE DESCARTAR?

Qual hora foi mais difícil para abandonar um sonho?


O que me motiva durante as dificuldades?

Que retribuição devo esperar se seguir corretamente todos os meus passos nesta viagem?

qual a retribuição que Deus deu para mim?



INTRODUÇÃO AO LIVRO DAS FUNDAÇÕES DE SANTA TERESA DE JESUS
         


FUNDAÇÕES é uma das “maiores” obras de Teresa de Jesus, ainda que não tenha o peso doutrinal de Vida, Moradas e Caminho. É uma das obras narrativas “mais deliciosas” da literatura espanhola. Escrito pela Santa no último decênio de sua vida, que, por sua vez é o mais ativo. Santa Teresa não tinha tempo de sobra. Temos a sensação que estas páginas foram escritas em “momentos perdidos”, em condições que não permitiram uma leitura posterior ou uma re-elaboração do escrito.

         Por isso, com alguma freqüência, seu manuscrito surpreende com frases repetidas, com palavras que são interrompida ao final de uma página e não se completam na retomada da mesma, com períodos não concluídos, e com outras anomalias curiosas que se podem constatar sem grande esforço. Mas é aí que se radica um dos mistérios de sua beleza. È o livro mais natural, menos elaborado, o mais espontâneo e acessível do escritos “maiores” de Santa Teresa.

         Sua narração graciosa nos coloca diante de uma mulher culta do século XVI, que narra suas andanças, como se falasse diretamente de suas filhas, em uma linguagem coloquial, cheia de dores reprimidas, de sorrisos contidos, de sátira social da mais pura estirpe, de confissões de fé e louvores ao Senhor. Tudo unido a uma profunda penetração psicológica no conhecimento das pessoas e uma confiança inquebrantável em Deus.

         Neste livro está contido a proeza pessoal da Santa com a história de suas correrias, fundando 16 conventos em um tempo recorde, e superando as mais variadas dificuldades com que, segundo a narração, o demônio queria obstruir sua realização. Sob este tema vem à luz mil dados e alusões que agradam a uma aparente crônica e deixa transluzir não só o ambiente de uma ordem religiosa em dinâmica reforma, de um capítulo da história da Igreja, senão a sensibilidade espiritual e social da Espanha em seu melhor momento.

         Mas, sobretudo, como a autora é uma mulher de fé profunda, e disposta a ler uma história da mais peso, mais real, sustentadora e definitiva, que a que discorre por fora, nos permite assomarmos  a essa outra história, na qual os acontecimentos e vicissitudes de seus caminhos alcançam todo sentido, pois o que se propõe é “ Queira a Sua Majestade, dar-me a graça de descrever, para glória Sua, os favores concedidos a esta ordem nessas fundações... para que Nosso Senhor seja louvado... (F. Prólogo 3).


Uma a uma as FUNDAÇÕES:
1.        -SÃO JOSÉ ,          Vida 36-
2.        -Medina del Campo, c. 3.
3.        - Malagón, c. 9.
4.        - Valladolid, c.10... .
5.        - Duruelo (descalzos), cc. 13.14.
6.        - Toledo, c. 15-16.
7.        - Conventos de Pastrana, 17.
8.        - Salamanca, c. 18 19.
9.        - Alba de Tormes, c. 20.
10.     - Segovia, c. 21.
11.     - Beas, c. 22.
12.     - Sevilla, c. 23-26.
13.     - Caravaca, c. 27.
14.     - Villanueva dela Jara, c. 28.
15.     - Palencia, c. 29.
16.     - Soria, c. 30.
17.     -- Burgos, c. 31.


APRESENTAMOS UM SLIDE DESTE SITE ABAIXO, PREPARADO POR TOMAZ ÁVAREZ.

http://teresadejesus.carmelitas.pt/index/index.php

segunda-feira, 12 de março de 2012

RETIRO DE ENCERRAMENTO DOS ESTUDOS DO CAMINHO DE PERFEIÇÃO


NO SÁBADO, DIA 10 DE MARÇO DE 2012, NOSSA COMUNIDADE RETIROU-SE PARA REFLETIR MAIS UMA VEZ O PAI NOSSO DENTRO DE NOSSA VIDA PESSOAL E DE NOSSA VIDA COMUNITÁRIA.

USAMOS OS TEXTOS DE REFLEXÃO OFERECIDOS PELA NOSSA FORMADORA SORAYA CASTRO E DEPOIS FIZEMOS MOMENTOS DE PARTILHA.
ENTREGAMOS AO SENHOR NOSSA CAMINHADA QUARESMAL, E PEDIMOS A BENÇÃO POR TODA NOSSA PROVÍNCIA.
O RETIRO FOI FEITO NA CAPELA DO CARMELO SÃO JOSÉ DE PASSOS-MG




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A LEITURA DOS TEXTOS FOI FEITA POR NOSSA IRMÃ EDNA PIANTINO
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Uma  Reflexão Sobre O Pai Nosso

Será inútil dizer, Pai Nosso se em minha vida não atuo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor.

Será inútil dizer, que estás no céu, se os meus valores são representados pelos bens da Terra.

Será inútil dizer, santificado seja o teu nome, se penso apenas em ser cristão por medo, superstição ou comodismo.

 Será inútil dizer venha o Teu Reino, se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e facilidades.

Será inútil dizer, faça-se a Sua Vontade, assim na Terra como no céu, se no fundo desejo mesmo é que todos os meus desejos se realizem.

Será inútil dizer o pão nosso de cada dia nos daí hoje, se prefiro acumular riquezas, desprezando meus irmãos que passam fome.

Será inútil dizer, perdoa-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido, se não me importo em ferir, injustiçar, oprimir e magoar aos que atravessam o meu caminho.

Será inútil dizer e não deixeis cair em tentação, se escolho sempre o caminho mais fácil que nem sempre é o caminho de Deus...

Será inútil dizer, livra-me de todo mal, se por minha própria vontade procuro os prazeres materiais, e se tudo o que é proibido me seduz.

Será inútil dizer, Amém,  porque sabendo que sou assim, continuo me omitindo e nada faço para me modificar.

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O R E T I R O D E J E S U S


A palavra “retiro” é usada em linguagem religiosa para designar um tempo menos ou mais longo durante o qual uma pessoa ou um grupo se retiram para orar, ouvir a Deus e falar com Ele. Com o retiro as pessoas procuram reanimar-se no caminho de sua vida cristã, ou na vida consagrada, sacerdotal ou episcopal.
Aos trinta anos, antes de se lançar em sua missão messiânica de anunciar, inaugurar e fazer o Reino de Deus acontecer na humanidade, Jesus foi a algum lugar desabitado, solitário, longe de todos, para estar em oração diante de seu Pai celeste. Jesus permaneceu em retiro durante trinta dias, como nos conta são Mateus (Mt 4,1). Antes, porém, de partir para o retiro espiritual, Jesus viveu dois acontecimentos muito importantes. Eles nos são relatados por são Mateus dessa forma: “Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição” (Mt 3, 16-17). Primeiro acontecimento: desceu sobre Jesus o Divino Espírito Santo, que inundou sua natureza humana exatamente para que Ele iniciasse sua missão cheio do poder de Deus. Segundo acontecimento: Deus Pai manifestou-se declarando ser Jesus o seu Filho muito amado. Agora, cheio do poder do Espírito Santo, e sob o amor divino e providente do Pai, Jesus vai ao seu retiro espiritual.
A oração de Jesus
         Qual teria sido a oração de Jesus, cheio do Espírito Santo, durante os trinta dias diante da face do seu Pai? – Não o sabemos. Não no-la foi revelada. Pode ser que tenha sido aquela oração que Jesus tinha “na ponta da língua” quando os discípulos lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar!”
Ele respondeu de imediato: Eis como deveis rezar: Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.(Mt 6,09-13)

Pai...
Jesus adorou o seu Pai durante trinta dias. Reconheceu-o e proclamou-o como Deus soberano e único. Adorou-o e O proclamou como aquele que O gerou, na eternidade, por uma gestação de amor, e que por isso era Seu verdadeiro Pai. Jesus mergulhou em profundidade na grandeza da paternidade divina do Pai celeste, e ali entrou em êxtase diante da grandiosidade e da generosidade do amor paterno de Seu Pai. Jesus reconheceu e proclamou diante do Pai a Sua paternidade sobre todos os seres humanos, e em nome de todos, O adorou, O glorificou e Lhe rendeu graças infinitas. E Jesus pediu ao Pai que acolhesse como filhos adotivos Seus, todos aqueles que viessem a crer Nele, e por eles iria assumir a sua paixão e morte de cruz. Nessa oração de trinta dias, Jesus criou uma intimidade, uma comunhão tão amorosa com o Pai, que inundou o Seu coração a ponto de, durante a sua vida de pregação, sentir necessidade incontida de falar, de anunciar o amor de Seu Pai, sem cessar, a todos.

Pai nosso...
         Em sua oração de trinta dias a seu Pai celeste, Jesus compreendeu, admirou, elogiou e glorificou a paternidade do Pai estendida para todos os seres humanos. Ele os criou para adotar como filhos e, fazendo-os participar de seu divino amor, torná-los todos felizes, muitos felizes. Ao contemplar todos os seres humanos feitos filhos do Pai celeste, em nome de todos e em favor de todos, Jesus adorou, glorificou e engrandeceu a paternidade adotiva do Pai, e Jesus começou a dizer: Pai nosso... Pai nosso... Pai meu e de todos os meus irmãos, seres humanos adotados por Ti e feitos Teus filhos, nós Te adoramos, Te bendizemos e Te agradecemos por tua paternidade divina.
Que estais no céu...
         Ao contemplar o Pai, durante a sua oração de trinta dias, Jesus percebeu-O no céu. Isto é, que o Pai está na suprema felicidade, na mais perfeita realização e glória, no mais elevado grau de beatitude, no paraíso pleno de grandeza e santidade. Jesus contemplou o “céu do coração” vivido por “nosso” Pai. Nesta contemplação, o coração de Jesus se dilatou em alegria e júbilo por conhecer que é para esse céu de felicidade que o Pai quer conduzir todos os seus filhos adotivos. E Jesus alegrou-se por poder colaborar decisivamente por sua vida, paixão e morte de cruz, para que o maior número de Seus irmãos, filhos do Pai, possam chegar a participar do céu de felicidade onde está o Pai celeste.




Santificado seja o vosso nome:
         Jesus, em sua oração de trinta dias, contemplou em tão grande profundidade a santidade perfeitíssima e suprema de “nosso” Pai, que seu coração desejou ardentemente que o Seu nome seja santificado, respeitado, honrado e dignificado por todos os seres humanos de todos os tempos. O nome santíssimo de um Pai tão amorosíssimo merece ser honrado, glorificado e prestigiando, e jamais desonrado, desrespeitado, desprestigiado. Em sua oração, Jesus honrou, glorificou e prestigiou o nome de “nosso” Pai, em nome de toda a humanidade.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu:
         Em sua oração de trinta dias Jesus contemplou a vontade perfeitíssima e santíssima de “nosso” Pai. Contemplou que, em sua vontade divina, o Pai só quer o bem mais perfeito para todos os seres humanos de todos os tempos, para que sejam felizes, pela participação de Sua felicidade suprema e celestial. Mas Jesus percebe que os seres humanos, muitas vezes, agem contra a vontade do Pai, e por isso se tornam infelizes, insatisfeitos, desonrados e decaídos nas misérias humanas. Jesus olhou para dentro do Céu e viu que ali todos os Anjos e Santos, cumprem da maneira mais absolta a vontade do Pai e por isso gozam do paraíso da felicidade sempiterna. Então Jesus clamou: Pai, que na terra também se faça, se cumpra com amor, a vossa vontade, com é cumprida nos Céus, para que os seres humanos sejam fraternos, vivam em harmonia, paz, saúde e felicidade.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje:
         Em sua oração de trinta dias, Jesus contemplou a humanidade, em favor da qual Ele iria dar sua vida até a morte de cruz. E teve compaixão da “fome” de todos os Seus irmãos. Fome de alimento material e fome de alimento espiritual. E Jesus, considerando o poder, o amor e as divinas providências do Pai, clama para que haja pão, comida, alimento material, todos os dias, pois todos os dias os seres humanos precisam se alimentar. Mas nesse clamor, Jesus também pede ao Pai o “alimento espiritual”, que é o “Pão vivo descido dos céus”, que é Jesus Eucarístico. Jesus pede ao Pai que haja o alimento completo de que o ser humano necessita em sua vida de cada dia.


Perdoai as nossas ofensas
         Em sua oração de trinta dias, voltado em contemplação sobre a humanidade, Jesus reconhece que, infelizmente, o ser humano está ferido em sua natureza, e por isso acaba ofendendo muitas vezes ao seu Deus, que é seu Pai. E tantas vezes até de forma grave, gravíssima. E o coração de Jesus, pesaroso de “ver a vontade do Pai contrariada e magoada”, clama: Pai, perdoai as nossas ofensas, perdoai os nossos pecados, perdoai os nosso crimes. E esse clamor de Jesus em seu retiro repercute para todos os tempos sobre toda a humanidade, já que os pecados, infelizmente, se sucedem em todos os tempos.

Assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam:
         Jesus, em oração, percebe que Ele e todos os que vierem a crer nEle e em sua palavra, saberão perdoar, e perdoarão de fato aos ofensores. Por isso, em seu pedido de perdão ao Pai, garante que Ele e os seus futuros discípulos procurarão perdoar a fim de serem também perdoados.


E não nos deixeis cair em tentação:
         Em sua oração, de trinta dias debruçado sobre a humanidade, Jesus constata que em sua fragilidade o ser humano, ao ser tentado, muitas vezes cai, descamba, resvala e peca. Por isso, recorre ao Pai para que com sua graça venha em socorro na hora das tentações, a fim de que os seus filhos sejam vencedores nas tentações, e em vez de fazerem o mal, façam sempre o bem.

Mas livrai-nos do mal:
         Cair na hora da tentação, ser derrotado na luta da tentação leva fatalmente a fazer algo que seja mau. O que é mau é contra a santa vontade do Pai e é sempre prejudicial àquele que é vencido pelo mal. Por isso Jesus clama ao Pai para que na tentação se coloque ao lado do seu filho adotivo que sofre a tentação, a fim de que este seja vencedor.
  
  
Nas três tentações Jesus é vencedor
         Quando Jesus está para terminar o seu retiro de trinta dias, o inimigo tentador se apresenta para tentar Jesus. Faz-Lhe três poderosas tentações: de todos os prazeres, de todos os poderes, de possuir tudo. Jesus acabara de pedir ao Pai: “E não nos deixeis cair em tentação”. Cheio do poder do Espírito Santo, Jesus derrota o tentador e sai vitorioso para sempre. Porque Jesus, em sua oração de trinta dias, estava orando por todos os que nEle viessem a crer, a sua vitória é também nossa. Quando essas três grandes tentações, que aliás resumem todas as demais tentações existente, vierem a nos afetar, unidos pela fé a Jesus, seremos sempre vencedores. “Se Deus é por mim – está a meu favor – quem será contra mim?


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nossa Conselheira Angela, fez a dinâmica dos balões e um momento oracional antes de nossa confraternização, mostrada nas fotos abaixo.

Dinâmica dos Balões



Cada participante recebe um balão,  e dentro dele coloca um papelzinho escrito o que espera encontrar na comunidade no ano de 2012, enche-o e tem a tarefa de mantê-lo no ar por determinado tempo (5 minutos, por exemplo), empurrando com as mãos para que o balão não caia.

Ao final deste tempo, cada um pega um balão qualquer e o estoura. Depois fizemos um momento oracional onde refletimos sobre o desejo de cada pessoa e entregamos nosso caminhas de 2012 aos cuidados de Nossa Senhora do Carmo.