"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue..."

Santa Teresinha do Menino Jesus

terça-feira, 24 de maio de 2011

Espiritualidade e missão



 A expressão laical da Ordem dos Carmelitas descalços nasce do desejo de homens e mulheres, atraídos pela riqueza da espiritualidade da Ordem, de buscarem a perfeição de seu batismo, agregando-se à esta família religiosa, e testemunhando no mundo, segundo o próprio estado secular, a primazia de Deus e a vocação humana à união com Ele. Trata-se, portanto, de uma associação de fiéis que, por um especial chamado, comprometem-se em procurar viver em radicalidade o Evangelho no mundo, mediante um compromisso público, em castidade, pobreza e obediência, em comunhão fraterna, impregnados do espírito orante do Carmelo, tomando como modelo a Virgem Maria, animados pelo zelo apostólico que os fazem abertos às necessidades da igreja e aos desafios do mundo, na promoção da pastoral da espiritualidade, segundo o exemplo e a doutrina de Santa Madre Teresa, S. João da Cruz e dos santos carmelitas.
Animados pelo amor à Igreja, "os Carmelitas Seculares são chamados a oferecer à Igreja, no local onde estão inseridos, na família, no trabalho, na comunidade onde vivem, e, como comunidade, na Igreja local, o testemunho das riquezas da experiência de Deus e da vida de oração como abertura à transcendência, fonte de esperança e de compromisso, terreno de diálogo com as confissões cristãs e com as grandes religiões" (Fr. Camilo).
A pertença à Ordem dos Carmelitas Descalços
Os Carmelitas Seculares fazem parte da grande família do Carmelo Descalço e partilham com os religiosos o mesmo carisma, que eles enriquecem com seu estado de vida secular e com o modo peculiar em que o traduzem em vida.
Os quatro grandes modelos
A Virgem Maria torna-se presente na vida do Carmelita Secular de maneira especial, sobretudo, como modelo de fidelidade na escuta do Senhor e na sua atitude de serviço a

Ele e aos demais. Por ser Mãe da Ordem, ele sente-se especialmente protegido por ela, e nela vê o exemplo de mulher contemplativa, que conservava e meditava no seu coração a vida e as ações do seu Filho; de mulher apostólica, que aconselha a que façam o que o Senhor lhes dissesse; mulher orante e irmã, que persevera com os apóstolos em oração na esperança da vinda do Espírito Santo.

Santa Teresa de Jesus inspira o Carmelita Secular, como mãe e fundadora, à confiança na misericórdia divina, para que perseveremos na oração, para que caminhemos na humildade, para que cultivemos o amor fraterno e para que ardamos de amor à Igreja. A sua abnegação evangélica, a sua disponibilidade para o serviço e a sua constância na prática das virtudes são modelo permanente para aqueles que buscam crescer na vida espiritual em meio ao mundo.

S. João da Cruz, como pai e fundador, anima o Secular a estar vigilantes na vivência da fé, da esperança e do amor, de tal maneira que a verdadeira liberdade dos filhos de Deus possa dar frutos para si, para as nossas Comunidades, para a Ordem e para Igreja e para a sociedade na qual estamos inseridos e na qual queremos ser fermento e sal.

Enfim, o grande inspirador do Carmelo, o Santo Profeta Elias, é para o Carmelita Secular exemplo de homem Deus, que vive sua contínua presença, procurando-O na solidão e no silêncio, zeloso das coisas divinas. Ele oferece ao Carmelita Secular o incentivo a viver no mundo a dimensão profética própria de todo o cristão, defendendo o projeto do Deus vivo e verdadeiro, que quer que todos vivam e tenham a vida em abundância, sendo a voz dos pequenos.

         

   Em comunidade 

O Carmelita Secular, no espírito de Santa Madre Teresa, busca a força, o apoio, o aprendizado e a experiência de todas as virtudes e dimensões de sua espiritualidade, na comunidade. É nas relações entre os membros da comunidade local que o Carmelita Secular encontra o fortalecimento para o seu compromisso com a Igreja e com o mundo.

Por isto, as Comunidades reúnem-se pelo menos uma vez por mês e organizam outros tempos especiais para retiros e jornadas de reflexão, além de organizarem serviços e ações conjuntas, além das específicas e assumidas por cada membro em particular. Os laços fraternos entre os membros da comunidade secular se manifesta no apoio mútuo que se dá entre seus membros, ajudando-se mutuamente em suas necessidades, acompanhando os membros doentes, recordando dos membros que Deus chamou para si. 
As promessas como compromisso
As Promessas que o Carmelita Secular faz publicamente, mais do que uma prenda de santidade pessoal, são um compromisso com a Igreja segundo as suas necessidades, e com o mundo. Ele assume este compromisso manifestando-o perante os membros da sua comunidade, como representantes de toda a Igreja e na presença do Delegado do Superior da Ordem. Pela Promessa ele membro pleno do ramo Secular da Ordem do Carmelo Descalço. Por este motivo, compromete-se a adquirir a formação necessária para conhecer as razões, o conteúdo e o propósito do estilo de vida evangélica que assume. A Promessa realça o seu compromisso batismal e enriquece, para os que são chamados à vocação matrimonial, a vida de esposos e pais.
A Promessa é renovada todos os anos, no período pascal.
O conteúdo das promessas
Pela promessa de obediência evangélica os Carmelitas Seculares recebem a graça de viverem sempre atentos em cumprir a vontade de Deus e de cooperar livremente com aqueles que têm a responsabilidade de conduzir a comunidade e a Ordem – o Conselho da comunidade, o Nosso Padre Provincial e o Nosso Padre Geral, unindo a própria vontade com a d’Aquele que salvou o mundo fazendo-se “obediente até à morte, e morte de Cruz”. Nesta promessa encontram a liberdade para participar mais ativamente nos projetos da comunidade, da Ordem e da Igreja

Pela promessa da pobreza evangélica os Seculares acolhem o modo justo em seu esforço quotidiano por viver o Evangelho e os seus valores, não destraindo-se, pelas coisas, do foco da pessoa humana e da construção do Reino, que exige entrega generosa, abnegação e liberdade interior. Por essa promessa tornam-se mais dependentes d’Aquele que “embora sendo rico se fez pobre por nosso amor” e “despojou-se de si mesmo tomando a condição de servo,” para estar ao serviço dos seus irmãos e irmãs. A virtude da pobreza, que os Carmelitas Seculares buscam viver, os capacitam a usar evangelicamente dos bens deste mundo e das capacidades pessoais, assim como exercitarem-se com confiança total em Deus que os socorre, suas responsabilidades familiares e laborais.

Pela promessa da Castidade evangélica os Carmelitas Seculares comprometem-se a amar a todos com amor de Deus, no respeito consciente a cada pessoa. Cada qual procura imbuir-se da graça da castidade que o capacitará de viver e orientar a própria sexualidade, segundo seu estado de vida: solteiros, casados e viúvos. Nessa promessa encontram a liberdade interior para abrirem-se a todas as pessoas, sem egoísmos e tentações de domínio, e dando testemunho da intimidade divina que experimentam, conforme foi prometida na Bem-aventurança que diz: “Felizes os puros de coração porque eles verão a Deus”.

Nas Bem-aventuranças os Carmelitas Seculares vêem o projeto de vida e um modo de entrar em relação com o mundo, com os nossos vizinhos e companheiros de trabalho, com os nossos familiares e amigos. Ao prometermos viver as Bem-aventuranças na nossa vida quotidiana, tratam de dar testemunho de vida evangélica como membros da Igreja e da Ordem, e, por este testemunho, convidam o mundo a seguir a Cristo: “Caminho, Verdade e Vida".
Elementos da vocação do Carmelita Secular
  • Vida em obséquio de Jesus Cristo
  • Coração puro e reta consciência
  • Constância no serviço do Senhor
  • Perseverança na oração
  • Fidelidade ao convite e ao exemplo do Senhor de orar sem cessar
  • Vivência na constante presença de Deus
  • Atitude de recolhimento interior e de diálogo amoroso com Deus em constante espírito de oração
  • Interesse sincero pelo ensinamento da Igreja e pela espiritualidade dos santos carmelitas
  • Devoção autêntica à Beata Virgem Maria
  • Dedicação de toda a existência
  • Desejo de maturidade na prática da fé, esperança e caridade
  • Sentido de pertença e membros com um só coração e uma só alma
  • Cultivo de relações fraternas com os outros membros da família carmelitana
  • Construção de comunidades mediante uma recíproca ajuda
  • Inclinação por uma presença ativa na sociedade
  • Conformação e participação nos projetos apostólicos da Igreja local e da Província
  • Ajuda mútua na descoberta da inviolável dignidade de cada pessoa humana e na solidariedade de todos
Identidade da OCDS
  • Membro praticante da Igreja Católica
  • Inspiração em Santa Teresa e São João da Cruz
  • Sobre a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo
  • Inseridos na vida da Ordem
  • Em busca do rosto de Deus
  • Pela salvação da Igreja e do mundo

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