"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue..."

Santa Teresinha do Menino Jesus

segunda-feira, 12 de março de 2012

RETIRO DE ENCERRAMENTO DOS ESTUDOS DO CAMINHO DE PERFEIÇÃO


NO SÁBADO, DIA 10 DE MARÇO DE 2012, NOSSA COMUNIDADE RETIROU-SE PARA REFLETIR MAIS UMA VEZ O PAI NOSSO DENTRO DE NOSSA VIDA PESSOAL E DE NOSSA VIDA COMUNITÁRIA.

USAMOS OS TEXTOS DE REFLEXÃO OFERECIDOS PELA NOSSA FORMADORA SORAYA CASTRO E DEPOIS FIZEMOS MOMENTOS DE PARTILHA.
ENTREGAMOS AO SENHOR NOSSA CAMINHADA QUARESMAL, E PEDIMOS A BENÇÃO POR TODA NOSSA PROVÍNCIA.
O RETIRO FOI FEITO NA CAPELA DO CARMELO SÃO JOSÉ DE PASSOS-MG




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A LEITURA DOS TEXTOS FOI FEITA POR NOSSA IRMÃ EDNA PIANTINO
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Uma  Reflexão Sobre O Pai Nosso

Será inútil dizer, Pai Nosso se em minha vida não atuo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor.

Será inútil dizer, que estás no céu, se os meus valores são representados pelos bens da Terra.

Será inútil dizer, santificado seja o teu nome, se penso apenas em ser cristão por medo, superstição ou comodismo.

 Será inútil dizer venha o Teu Reino, se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e facilidades.

Será inútil dizer, faça-se a Sua Vontade, assim na Terra como no céu, se no fundo desejo mesmo é que todos os meus desejos se realizem.

Será inútil dizer o pão nosso de cada dia nos daí hoje, se prefiro acumular riquezas, desprezando meus irmãos que passam fome.

Será inútil dizer, perdoa-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido, se não me importo em ferir, injustiçar, oprimir e magoar aos que atravessam o meu caminho.

Será inútil dizer e não deixeis cair em tentação, se escolho sempre o caminho mais fácil que nem sempre é o caminho de Deus...

Será inútil dizer, livra-me de todo mal, se por minha própria vontade procuro os prazeres materiais, e se tudo o que é proibido me seduz.

Será inútil dizer, Amém,  porque sabendo que sou assim, continuo me omitindo e nada faço para me modificar.

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O R E T I R O D E J E S U S


A palavra “retiro” é usada em linguagem religiosa para designar um tempo menos ou mais longo durante o qual uma pessoa ou um grupo se retiram para orar, ouvir a Deus e falar com Ele. Com o retiro as pessoas procuram reanimar-se no caminho de sua vida cristã, ou na vida consagrada, sacerdotal ou episcopal.
Aos trinta anos, antes de se lançar em sua missão messiânica de anunciar, inaugurar e fazer o Reino de Deus acontecer na humanidade, Jesus foi a algum lugar desabitado, solitário, longe de todos, para estar em oração diante de seu Pai celeste. Jesus permaneceu em retiro durante trinta dias, como nos conta são Mateus (Mt 4,1). Antes, porém, de partir para o retiro espiritual, Jesus viveu dois acontecimentos muito importantes. Eles nos são relatados por são Mateus dessa forma: “Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição” (Mt 3, 16-17). Primeiro acontecimento: desceu sobre Jesus o Divino Espírito Santo, que inundou sua natureza humana exatamente para que Ele iniciasse sua missão cheio do poder de Deus. Segundo acontecimento: Deus Pai manifestou-se declarando ser Jesus o seu Filho muito amado. Agora, cheio do poder do Espírito Santo, e sob o amor divino e providente do Pai, Jesus vai ao seu retiro espiritual.
A oração de Jesus
         Qual teria sido a oração de Jesus, cheio do Espírito Santo, durante os trinta dias diante da face do seu Pai? – Não o sabemos. Não no-la foi revelada. Pode ser que tenha sido aquela oração que Jesus tinha “na ponta da língua” quando os discípulos lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar!”
Ele respondeu de imediato: Eis como deveis rezar: Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.(Mt 6,09-13)

Pai...
Jesus adorou o seu Pai durante trinta dias. Reconheceu-o e proclamou-o como Deus soberano e único. Adorou-o e O proclamou como aquele que O gerou, na eternidade, por uma gestação de amor, e que por isso era Seu verdadeiro Pai. Jesus mergulhou em profundidade na grandeza da paternidade divina do Pai celeste, e ali entrou em êxtase diante da grandiosidade e da generosidade do amor paterno de Seu Pai. Jesus reconheceu e proclamou diante do Pai a Sua paternidade sobre todos os seres humanos, e em nome de todos, O adorou, O glorificou e Lhe rendeu graças infinitas. E Jesus pediu ao Pai que acolhesse como filhos adotivos Seus, todos aqueles que viessem a crer Nele, e por eles iria assumir a sua paixão e morte de cruz. Nessa oração de trinta dias, Jesus criou uma intimidade, uma comunhão tão amorosa com o Pai, que inundou o Seu coração a ponto de, durante a sua vida de pregação, sentir necessidade incontida de falar, de anunciar o amor de Seu Pai, sem cessar, a todos.

Pai nosso...
         Em sua oração de trinta dias a seu Pai celeste, Jesus compreendeu, admirou, elogiou e glorificou a paternidade do Pai estendida para todos os seres humanos. Ele os criou para adotar como filhos e, fazendo-os participar de seu divino amor, torná-los todos felizes, muitos felizes. Ao contemplar todos os seres humanos feitos filhos do Pai celeste, em nome de todos e em favor de todos, Jesus adorou, glorificou e engrandeceu a paternidade adotiva do Pai, e Jesus começou a dizer: Pai nosso... Pai nosso... Pai meu e de todos os meus irmãos, seres humanos adotados por Ti e feitos Teus filhos, nós Te adoramos, Te bendizemos e Te agradecemos por tua paternidade divina.
Que estais no céu...
         Ao contemplar o Pai, durante a sua oração de trinta dias, Jesus percebeu-O no céu. Isto é, que o Pai está na suprema felicidade, na mais perfeita realização e glória, no mais elevado grau de beatitude, no paraíso pleno de grandeza e santidade. Jesus contemplou o “céu do coração” vivido por “nosso” Pai. Nesta contemplação, o coração de Jesus se dilatou em alegria e júbilo por conhecer que é para esse céu de felicidade que o Pai quer conduzir todos os seus filhos adotivos. E Jesus alegrou-se por poder colaborar decisivamente por sua vida, paixão e morte de cruz, para que o maior número de Seus irmãos, filhos do Pai, possam chegar a participar do céu de felicidade onde está o Pai celeste.




Santificado seja o vosso nome:
         Jesus, em sua oração de trinta dias, contemplou em tão grande profundidade a santidade perfeitíssima e suprema de “nosso” Pai, que seu coração desejou ardentemente que o Seu nome seja santificado, respeitado, honrado e dignificado por todos os seres humanos de todos os tempos. O nome santíssimo de um Pai tão amorosíssimo merece ser honrado, glorificado e prestigiando, e jamais desonrado, desrespeitado, desprestigiado. Em sua oração, Jesus honrou, glorificou e prestigiou o nome de “nosso” Pai, em nome de toda a humanidade.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu:
         Em sua oração de trinta dias Jesus contemplou a vontade perfeitíssima e santíssima de “nosso” Pai. Contemplou que, em sua vontade divina, o Pai só quer o bem mais perfeito para todos os seres humanos de todos os tempos, para que sejam felizes, pela participação de Sua felicidade suprema e celestial. Mas Jesus percebe que os seres humanos, muitas vezes, agem contra a vontade do Pai, e por isso se tornam infelizes, insatisfeitos, desonrados e decaídos nas misérias humanas. Jesus olhou para dentro do Céu e viu que ali todos os Anjos e Santos, cumprem da maneira mais absolta a vontade do Pai e por isso gozam do paraíso da felicidade sempiterna. Então Jesus clamou: Pai, que na terra também se faça, se cumpra com amor, a vossa vontade, com é cumprida nos Céus, para que os seres humanos sejam fraternos, vivam em harmonia, paz, saúde e felicidade.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje:
         Em sua oração de trinta dias, Jesus contemplou a humanidade, em favor da qual Ele iria dar sua vida até a morte de cruz. E teve compaixão da “fome” de todos os Seus irmãos. Fome de alimento material e fome de alimento espiritual. E Jesus, considerando o poder, o amor e as divinas providências do Pai, clama para que haja pão, comida, alimento material, todos os dias, pois todos os dias os seres humanos precisam se alimentar. Mas nesse clamor, Jesus também pede ao Pai o “alimento espiritual”, que é o “Pão vivo descido dos céus”, que é Jesus Eucarístico. Jesus pede ao Pai que haja o alimento completo de que o ser humano necessita em sua vida de cada dia.


Perdoai as nossas ofensas
         Em sua oração de trinta dias, voltado em contemplação sobre a humanidade, Jesus reconhece que, infelizmente, o ser humano está ferido em sua natureza, e por isso acaba ofendendo muitas vezes ao seu Deus, que é seu Pai. E tantas vezes até de forma grave, gravíssima. E o coração de Jesus, pesaroso de “ver a vontade do Pai contrariada e magoada”, clama: Pai, perdoai as nossas ofensas, perdoai os nossos pecados, perdoai os nosso crimes. E esse clamor de Jesus em seu retiro repercute para todos os tempos sobre toda a humanidade, já que os pecados, infelizmente, se sucedem em todos os tempos.

Assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam:
         Jesus, em oração, percebe que Ele e todos os que vierem a crer nEle e em sua palavra, saberão perdoar, e perdoarão de fato aos ofensores. Por isso, em seu pedido de perdão ao Pai, garante que Ele e os seus futuros discípulos procurarão perdoar a fim de serem também perdoados.


E não nos deixeis cair em tentação:
         Em sua oração, de trinta dias debruçado sobre a humanidade, Jesus constata que em sua fragilidade o ser humano, ao ser tentado, muitas vezes cai, descamba, resvala e peca. Por isso, recorre ao Pai para que com sua graça venha em socorro na hora das tentações, a fim de que os seus filhos sejam vencedores nas tentações, e em vez de fazerem o mal, façam sempre o bem.

Mas livrai-nos do mal:
         Cair na hora da tentação, ser derrotado na luta da tentação leva fatalmente a fazer algo que seja mau. O que é mau é contra a santa vontade do Pai e é sempre prejudicial àquele que é vencido pelo mal. Por isso Jesus clama ao Pai para que na tentação se coloque ao lado do seu filho adotivo que sofre a tentação, a fim de que este seja vencedor.
  
  
Nas três tentações Jesus é vencedor
         Quando Jesus está para terminar o seu retiro de trinta dias, o inimigo tentador se apresenta para tentar Jesus. Faz-Lhe três poderosas tentações: de todos os prazeres, de todos os poderes, de possuir tudo. Jesus acabara de pedir ao Pai: “E não nos deixeis cair em tentação”. Cheio do poder do Espírito Santo, Jesus derrota o tentador e sai vitorioso para sempre. Porque Jesus, em sua oração de trinta dias, estava orando por todos os que nEle viessem a crer, a sua vitória é também nossa. Quando essas três grandes tentações, que aliás resumem todas as demais tentações existente, vierem a nos afetar, unidos pela fé a Jesus, seremos sempre vencedores. “Se Deus é por mim – está a meu favor – quem será contra mim?


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